07/02/2020

Estrutura simples, modesta e funcional

Estrutura simples, modesta e funcional

Casal usa da simplicidade e da busca pelo conhecimento para obter bons índices na qualidade do leite

Ser humilde, simples, buscar aprendizado constante e perseverar na vida é uma dádiva para muitas pessoas. No caso do casal associado à Cooperativa Dália Alimentos no interior do município de General Câmara, Odilon (44) e Elizete Menezes (36), a simplicidade da família, também constituída pelos filhos Odilar (8) e a bebê Maria Gabriela, de 3 meses, é motivo de muito orgulho.

A família começou a produzir leite em meados de 2017, por intermédio de produtores vizinhos da região, característica pela produção de tabaco. Inclusive, Odilon ajudou a um vizinho na produção e foi lá que “tomou gosto” pela pecuária leiteira e resolveu introduzir na propriedade. “Aprendi as tarefas, os manejos e passei à minha esposa para um ajudar o outro”, diz.

Com o aprendizado adquirido, o produtor decidiu produzir leite em sua propriedade, com nove hectares. Buscou qualificação e, aos poucos, fez um curso sobre implantação de pastagens pelo Sebrae e até hoje recebe acompanhamento. Adquiriu alguns animais e o equipamento de ordenha para então vender queijo na cidade. Em janeiro de 2018 se associaram à Dália Alimentos, elevaram o número de animais, compraram um resfriador de leite e adequaram as instalações ao padrão exigido pela normativa vigente. Elizete é responsável pela ordenha no sistema “balde ao pé” e pela limpeza dos equipamentos. Já Odilon pelo trato dos animais, pelo plantio e pelos tratos culturais das forrageiras e gerenciamento do negócio.

O filho Odilar, apesar da pouca idade, quando não está na aula ajuda alimentando as terneiras e conduzindo os animais aos piquetes. Hoje a família conta com um plantel de 27 cabeças da raça Jersey entre vacas lactantes, secas, terneiras e novilhas e uma produção de 170 litros de leite por dia. Para agregar renda, seguem com o plantio de 30 mil pés de fumo por safra e Odilon ainda presta serviço a plantadores de soja da região.

 

Esforço = resultado

Conforme o técnico que presta assistência técnica à família, Cleiton Gass, o resultado de todo esforço e cuidado com as práticas de ordenha pode ser conferido através das análises do leite, que apresentam números satisfatórios. “Eles fazem parte do Programa Leite Saudável desde julho de 2019 e neste período a média de Contagem de Células Somáticas (CCS) está em 74.000 cel/ml e de Contagem Bacteriana Total (CBT) está em 9.000 ufc/ml. “O padrão exigido pela normativa vigente em relação às células somáticas é inferior a 500.000 cel/ml, porém estudos mostram que um úbere sadio apresenta resultados inferiores a 200.000 cel/ml. Já em relação à contagem bacteriana o padrão exigido é inferior a 300.000 ufc/ml”, explica Gass.

O leite cru com microbiológica dentro do padrão irá influenciar no aroma e no sabor do leite fluído e seus derivados, além de interferir na sua vida útil. “O leite é um alimento nobre e devemos fazer o possível para continuar melhorando” acrescenta Odilon.

 

Qualidade

É necessário estabelecer um controle adequado e ações corretivas para atingir um nível excelente quando o assunto é qualidade do leite. Cada vez mais os consumidores buscam por produtos de excelência, por isso é importante salientar que para o leite in natura a qualidade é determinada basicamente pela baixa CCS e CBT, além da ausência de agentes contaminantes.

CCS – são células de defesa no sangue do animal. Quando uma bactéria invade o úbere da vaca ocorre uma inflamação e as células de defesa são enviadas para a glândula mamária com o objetivo de destruir as bactérias. Assim, a alta CCS no leite indica que existe um processo inflamatório no úbere, chamado de mastite. Pontos importantes para manter a CCS baixa:

-Manter a máxima higiene durante a ordenha (luvas e equipamentos limpos e desinfetados);

-Retirar os 3 primeiros jatos de leite em caneca de fundo preto, tratar os animais que apresentarem grumo e descartar esse leite;

-Realizar o teste da raquete (CMT) no mínimo uma vez por mês para detectar mastite sub-clínica;

-Imergir os tetos em solução bactericida antes da ordenha (pré-dipping);

-Secar os tetos com papel toalha (não esquecer a ponta do teto);

-Acoplar as teteiras em tetos limpos e secos;

-Após a ordenha imergir os tetos em solução bactericida (pós-dipping);

-Fazer linha de ordenha, ou seja, ordenhar animais sadios por primeiro;

-Manter a bomba de vácuo regulada;

-Usar bisnaga vaca seca;

-Descartar vacas crônicas;

-Anotar e identificar as vacas e os tetos que ocorreram mastite, também a data e antibióticos usados no tratamento.

 

CBT – indica as condições de higiene da ordenha e dos equipamentos. As bactérias estão em todos os lugares: água, poeira, capim, pelos das vacas, fezes, insetos, mãos do ordenhador, etc. Nas análises são expressadas pela Unidade Formadora de Colônias por Mililitro (UFC\ml). Pontos importantes para manter a CBT baixa:

-Ter um bom manejo de piquetes, camas do free stall e compost barn para que as vacas cheguem limpas à ordenha;

-Manter o local de ordenha higienizado e usar roupas limpas para ordenhar;

-Utilizar água de boa qualidade para a limpeza dos equipamentos;

-Usar luvas e mantê-las limpas e desinfetadas;

-Imergir os tetos em solução desinfetante antes e após a ordenha (pré e pós dipping);

-Secar os tetos com papel toalha descartável por teto;

-Lavar os equipamentos de ordenha, utensílios e tanques de refrigeração com água aquecida, usando detergentes de acordo com o manual do fabricante ou orientação do técnico de sua região;

-Trocar borrachas e mangueiras do equipamento de ordenha na frequência indicada pelo fabricante;

-Manter o leite refrigerado a 4 graus;

-Manter a sala do leite fechada.

 

Perfil Técnico | Cleiton Gass

O técnico Cleiton Rodrigo Gass (31) está na Dália desde o ano de 2008. Segundo ele, o exemplo da família Menezes se remete à simplicidade e à vontade de sempre querer desempenhar o serviço da melhor forma possível. “Trabalhar com a qualidade no leite é muito gratificante. O produtor se sente orgulhoso quando consegue entregar um produto de qualidade, o que para a empresa é essencial. O Odilon e a Elizete são pessoas simples, com estrutura modesta, contudo, funcional”.

 

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

Jornalista Carina Marques

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