22/07/2021

Gestão rural garante a tomada de decisões assertivas

Gestão rural garante a tomada de decisões assertivas

As planilhas são aliadas da jovem associada à Dália Alimentos Andreza Balerini (26) para organizar e definir os rumos da propriedade localizada em Linha Esperança, interior do município de Vespasiano Corrêa. No escritório, e em todas as instalações onde há animais, planilhas estão fixadas com informações sobre o rebanho e as tarefas dos funcionários.

Com a produção diária de 3,2 mil litros de leite e um rebanho de 90 vacas em lactação, essas simples ferramentas são de grande utilidade para preparar o fluxo do trabalho da equipe constituída por oito pessoas e também da rotina dos cerca de 200 animais que fazem parte do plantel.

Andreza é graduada em Administração de Empresas, coordena a recria e faz a gestão administrativo-financeiro da propriedade. “Tínhamos o técnico agrícola (irmão Leoni responsável pelas lavouras), os agrônomos (primos Fabrício responsável pela produção leiteira e Fábio que não atua diretamente na propriedade), a veterinária (irmã Andréia que não atua diretamente na propriedade) e faltava a administradora”, comenta. Além destes, Renato, marido de Andreza, desempenha atividades de manejo do rebanho, cuida da parte de dejetos e assuntos gerais e a técnica em agropecuária Fernanda, que atua principalmente na ordenha e na elaboração da mistura de concentrados para os animais.

Em 2016 a propriedade começou uma revolução em termos de gestão e sucessão. Com o aval dos pais Vitelmo (64) e Inês (60) e dos tios Selvi (66) e Marlene (62), no ano passado os filhos contrataram uma empresa para desenvolver o trabalho de sucessão, iniciado de forma efetiva por Fabrício. “Todos possuem prolabore e, embora tenhamos muito a melhorar, sabemos que a propriedade deve funcionar como uma empresa, com horários, pessoas desempenhando tarefas com base em protocolos e muita organização”, comenta Andreza.

 

Planejamento e planilhas

As planilhas são ferramentas importantes de planejamento e indicadores para detectar o período de cio das vacas. No ano de 2017, a propriedade ingressou no Programa Vale dos Lácteos e, desde então, é assistida pelo médico veterinário Luciano Redü no quesito reprodução, com alto grau de eficiência.

A granja opera com organização, sendo estruturado dois planejamentos: anual (tático) e semanal (operacional). Diariamente, após a primeira ordenha, que ocorre às 5h, é realizada uma breve reunião com a equipe, momento em que é realizada a distribuição das tarefas e debatidos assuntos. Existe um checklist e também um grupo de WhatsApp para repassar todas as informações, principalmente as relacionadas a observação e detecção de cios.

O próximo passo, segundo Andreza, é a aquisição de sensores de monitoramento, também visando a detecção de cio. “Investir em ferramentas que ajudem a ter um maior grau de assertividade para a tomada de decisões é um investimento que se paga e muito importante para o nosso trabalho”, diz a jovem, que vislumbra produzir com mais escala e eficiência. Atualmente a detecção de cio é feita de forma visual, durante o manejo da ordenha, que acaba sendo um estímulo aos animais. Além disso, nas vacas lactantes e novilhas, em que são aplicados protocolos de indução de cio, são utilizados adesivos e tintas que auxiliam na identificação de cios e que ocorrem em locais ou períodos com menor circulação de pessoas, como em piquetes de pastagem (novilhas) ou noturnos (vacas). Em adição, além da eficiência na identificação de cios, a identificação e o manejo imediato de lactantes vazias e de novilhas com idade e peso adequados à primeira inseminação, também é outro manejo importante para a melhoria dos índices reprodutivos.

Taxa de Serviço: indispensável para a atividade leiteira

A Taxa de Serviço, essencial no manejo reprodutivo e determinante para o ritmo de inseminação das vacas, é calculada pela seguinte fórmula: número de animais aptos para inseminação (vacas vazias pós período de espera voluntário, geralmente entre 40 e 60 dias pós-parto) dividido pelo número de vacas inseminadas no intervalo de 21 dias.

Conforme Redü, com o passar dos anos e dados do Programa Vale dos Lácteos foi possível diagnosticar que a taxa apresentou crescimento, contudo, nos últimos cinco anos, está em 45%, enquanto o ideal é de 60%, com possibilidade de crescimento de 15%. Esse incremento resultaria no rebanho total de vacas assistidas pelo programa, ou seja, em torno de 300 animais inseminados a mais no ano. E considerando a média da taxa de concepção de 40%, 120 vacas prenhas e 60 terneiras resultaria em um excedente de aproximadamente três mil litros de leite.

Com a finalidade de exemplificar práticas consolidadas por produtores que vem obtendo Taxas de Serviço acima da média (igual ou maior a 60%), um grupo de dez produtores citou algumas das práticas mais utilizadas na rotina para detecção de cio:

– Utilização de adesivos e/ou pintura das vacas aptas;

– Indução ao cio (prostaglandina) a partir dos 40 dias pós-parto;

– Uso de IATF com frequência e de calendários para alertar prováveis animais em cio em datas determinadas;

– Planilhas para registrar e organizar dados individuais, como casos de doenças e observações relevantes ao rebanho;

– Uso de câmeras e pedômetro (meios mais eficazes para a detecção de cio).

Outros pontos importantes e que proporcionam assertividade quanto à observação de cios citados pelos produtores:

– Conhecer a vaca e estabelecer uma rotina de detecção;

– Quando há vacas em cio, observar as demais por mais tempo;

– Observar cios três vezes ao dia, antes e durante as ordenhas e na alimentação;

– Nutrição é fundamental na expressão de cios;

– Palpar as vacas antes de inseminá-las;

 

Portanto, várias ferramentas podem elevar a Taxa de Serviço, uma vez adotada uma rotina intensa de inseminação, certamente irá gerar mais lucratividade.

 

Fotos e texto: Carina Marques

 

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

Jornalista Carina Marques

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