07/02/2020

Verão: o período estressante para as vacas

Verão: o período estressante para as vacas

O verão é o período do ano que mais preocupa os produtores de leite. As altas temperaturas são um grande desafio para os bovinos, em especial para as vacas leiteiras. Estes animais, devido a sua grande capacidade de produção, fruto do melhoramento genético, são extremamente sensíveis ao calor. Especialmente as vacas da raça Holandês, com origem em climas frios da Europa, que sofrem com os efeitos do estresse térmico.

A zona de conforto destes animais é entre -1°C e 16°C e qualquer temperatura fora destes limites altera, de diferentes formas, o metabolismo da vaca. Normalmente, a vaca tem diferentes graus de estresse térmico durante o ano, porém, no verão a situação complica muito. As alterações a nível de metabolismo são tão severas que a própria composição do leite é afetada (casos de LINA, Crioscopia, etc.).

A principal razão para isto é a drástica redução de consumo de alimento por parte das vacas, ou seja, “vaca com calor não come”. Esse é o “gatilho” que dispara os problemas que enfrentados no verão. Além do calor, a má qualidade dos volumosos, a baixa disponibilidade forrageira e a pouca disponibilidade de sombra e água são os “inimigos” da vaca no verão. De forma objetiva pode-se dizer que durante o verão, muitas vacas passam fome, sede e calor. Tudo isso ao mesmo tempo. Essa é a realidade de muitos rebanhos.

Conforto e nutrição são as palavras-chaves para resolver os problemas relacionados ao estresse térmico e alterações na qualidade do leite. No verão, produtores e indústrias padecem com as condenações de leite por motivos diversos. Mas todos eles se resolvem quando aplicamos soluções nos campos da nutrição e do conforto dos animais, com atenção especial para a disponibilidade, qualidade e consumo de forragens e disponibilidade de água e sombra.

Na maioria das vezes, depois que o problema aparece e as medidas são tomadas, os resultados demoram alguns dias para normalizarem. Por isso, antes do problema ocorrer, verifique o manejo nutricional do rebanho, as condições das instalações e consulte o técnico de sua região. A prevenção segue sendo o melhor remédio!

 

Cada propriedade possui suas particularidades, mas algumas orientações são básicas e se aplicam em qualquer sistema de produção:

 

– Nas horas mais quentes do dia, manter as vacas em local com sombra, ventilação e com disponibilidade de água limpa;

– Priorizar os pastejos noturnos, evitando levar as vacas para a pastagens após a ordenha da manhã e antes da ordenha da tarde;

– Disponibilizar no cocho silagem de qualidade e em quantidade suficiente. O consumo da vaca reduz muito com o calor, se a “comida for pouca e ruim” irá agravar ainda mais a situação. A vaca deve ter água à disposição na sala de espera, na saída da ordenha, na sala de alimentação e nos piquetes. A água compõe 87% do leite e até 65% do organismo da vaca. Uma vaca pode beber mais de 120 litros de água por dia nos períodos mais quentes. Todas as ações para promover conforto ao animal são bem-vindas: sombra natural/artificial, ventilação, aspersão, camas bem dimensionadas, etc.

Texto: Supervisor Setor Gado Leiteiro, zootecnista Fernando Oliveira de Araujo

 

Legenda: Principais efeitos do estresse térmico no metabolismo do animal

Créditos: Divulgação

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