09/06/2021
Dália: uma flor e suas 74 pétalas
Por Carina Marques
Dália: uma flor e suas 74 pétalas
Um grupo de pequenos produtores fundou a Cooperativa Dália Alimentos há 74 anos. Tratava-se de um “time” unido e destemido, constituído por 387 agricultores que provavelmente não imaginavam que em 2021 a cooperativa, à época denominada Cooperativa dos Suinocultores de Encantado Ltda. (Cosuel), fosse crescer imensamente e, após plantada a sementinha, germinaria, brotaria e floresceria em uma pujante “Dália”.
Neste mês, a Dália Alimentos completa 74 anos ou seria o desabrochar de 74 pétalas de uma Dália em tons acentuados de dourado e bordô? Ao longo destas mais de sete décadas a Dália Alimentos passou por intempéries, tempestades, rajadas de vento, temporais, secas, dias ensolarados e nublados, mas jamais permitiu que uma de suas pétalas caísse, mantendo-se florida e presente em diversos canteiros e jardins. A marca Dália Alimentos tornou-se conhecida desde a fundação da cooperativa, em 15 de junho de 1947 e hoje assume um papel importante perante ao agronegócio, destacando-se entre as maiores cooperativas do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Sempre em busca de sua melhor versão, a Dália Alimentos preocupa-se com o econômico e o social, gerando 2,8 mil empregos e cuidando de suas três mil famílias associadas, as quais atuam em três cadeias produtivas: suinocultura, pecuária leiteira e avicultura de corte.
São 74 anos de uma história que teve início na cidade de Encantado, com a instalação de um frigorífico de suínos, e que se alastrou em Arroio do Meio, cidade vizinha, onde a cooperativa possui indústrias de lácteos e também o frigorífico de frangos. Além disso, a Dália ultrapassa limites e fronteiras geográficas, com presença marcante em todos os estados da República Federativa Brasileira e em cerca de 20 países do globo terrestre.
Setenta e quatro anos que marcam a vida de muitos “Antônios” e “Janetes”, responsáveis pela produção da matéria-prima no campo, e de vários “Migueis” e “Adalciras”, que transformam essa matéria-prima em produtos na indústria.
Que essas 74 pétalas logo deem abrigo à 75ª, em 2022, e que este aniversário seja lembrado por todos os associados e funcionários, afinal, sem eles essa flor não estaria tão bem regada e cuidada! Dália Alimentos, a história, somos nós que escrevemos!
Estórias para contar, amizades para levar e gratidão para abençoar
“Passamos toda a nossa juventude aqui dentro”. A afirmação é dos amigos inseparáveis e já com anos de Dália Alimentos, Miguel Cândido (47), que acumula 28 anos de cooperativa, e Adelcira Sonaglio Rizzi (51), que completou 23 anos de cooperativa no dia 9 de junho. A dupla se conheceu dentro da Dália e com o passar dos anos cultivou uma bela e duradoura amizade.
Dos sete irmãos de Miguel, todos passaram pela cooperativa. Natural da cidade de Sarandi, há anos mudou-se para Encantado com toda a família e foi na Dália, após voltar do quartel e trabalhar em uma fábrica de calçados e no extinto Frigorífico Costi, que encontrou empregabilidade e uma segunda família. Sua admissão ocorreu em 11 de janeiro de 1993, inicialmente como empregado locado no setor de desossa, e em 2012 foi cedido para a Inspeção Federal do frigorífico de suínos em Encantado.
Com 28 anos de empresa, Miguel fixou residência no Bairro Lambari, local onde construiu sua casa, adquiriu seu automóvel e vive com a esposa Andrea e os filhos Miguel (4) e Rafaela (2). Ele sente orgulho do seu trabalho, das amizades que construiu nestes anos e também da evolução que a cooperativa teve em termos de empresa em nível regional, estadual, nacional e até mesmo fora do país, além, claro, de suas conquistas pessoais. “A firma me acolheu”, diz ele, que possui somente o Ensino Médio e que, por algumas vezes, pensou em buscar por outro trabalho, mas se sentia mais valorizado e acolhido na cooperativa, então está na empresa há mais de 28 anos.
Adelcira soma 23 anos como funcionária da Dália, apenas dois a menos que a idade de sua filha Kátia, com 25 anos. Aliás, quando tinha 18 deixou a cidade natal, no interior do município de Doutor Ricardo, e mudou-se para Encantado com o marido Adilar Rizzi, que também é empregado da cooperativa. “Eu era nova, sem estudo e foi aqui que consegui meu primeiro e único trabalho com carteira assinada. Minha filha tinha só dois anos quando comecei a trabalhar e hoje ela tem 25, faz faculdade e me orgulho em poder ajudá-la a pagar o curso na área de Recursos Humanos com o salário que recebo aqui”.
Nos dias de trabalho, também na Inspeção Federal e ao lado do amigo Miguel, ela desloca-se do Bairro Porto XV, onde reside em sua casa própria, de motocicleta até a Dália para cumprir a jornada na unidade de abate de suínos. “Acredito que fui acolhida justamente por ser uma pessoa simples, trabalhadora e honesta. Aqui fiz muitos amigos, além de ser valorizada, mesmo não tendo a possibilidade de estudar. Sinto gratidão pela Dália, que me proporcionou o primeiro trabalho com carteira assinada”.
Miguel e Adelcira falam do companheirismo em trabalhar juntos, no mesmo setor, e por participarem da evolução e do crescimento da cooperativa nestes 74 anos. “A gente faz parte de tudo isso e sabemos que a Dália é importante para muitas famílias, porque aqui trabalham avós, pais, mães, filhos e netos”, diz a empregada. Miguel, se pudesse dizer uma palavra à cooperativa resumiria em gratidão.
Legenda: Miguel e Adelcira com um sorriso largo
Foto: Carina Marques
Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos
Jornalista Carina Marques