09/10/2023

Cronologia dos acontecimentos até os prejuízos na Dália

Ciclone extratropical com alagamentos atingiu unidades da empresa que ficaram alguns dias paradas, exceto o frigorífico de suínos em Encantado que foi o mais atingido

Durante o dia 03/09, a região serrana do RS sofreu com volumes de chuvas excessivas ocasionadas por um ciclone extratropical que assolou o estado do gaúcho. Segundo a Metsul, somente nos dias 3 e 4 foram mais de 300mm de água em toda a metade norte do estado. As chuvas em excessos na primeira semana de setembro superaram a média histórica para o mês que geralmente não excede os 180mm.

Nos dias 4 e 5 de setembro, só em Passo Fundo, a ocorrência atingiu a marca de 260 mm; em Serafina Corrêa foi de 228mm;  e,  em Lagoa Vermelha 137mm, Esses são os principais municípios com passagem dos rios afluentes que desaguam no Taquari.

Esse alto volume de água mexeu com as bacias hidrográficas do estado, fazendo com que os rios Antas, Carreiro e Guaporé, que são os principais afluentes do rio Taquari, saíssem do seu leito normal, com forte correnteza.

Conforme a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), o Rio das Antas subiu quase 25 metros entre os dias 4 e 5 de setembro. Já nos rios Carreiro e Guaporé não há medições, pois raramente sofrem com inundações, entretanto, moradores da Linha Quarta, em Anta Gorda, afirmam que a ponte que atravessa o município para Arvorezinha, foi destruída, pois o rio chegou a 25 metros acima do nível normal.

Além disso, também houve a destruição da ponte de ferro que liga os municípios de Nova Roma do Sul e Farroupilha, onde cruza o rio Antas. Em se tratando de destruição, ao todo, foram 107 municípios que registraram prejuízos em decorrência do ciclone extratropical que passou pelo estado.

O Vale do Taquari sofreu com esse grande volume de água que veio descendo os municípios da região Serrana e Planalto, abastecidos pelos rios Antas, Guaporé e Carreiro, os quais desaguam no Rio Taquari. Esses três principais afluentes, sob forte correnteza, trouxeram grande destruição na madrugada do dia 04/09, especialmente nos municípios de Muçum, Roca Sales, Encantado, Arroio do Meio, Lajeado, Estrela, Cruzeiro do Sul, Bom Retiro e, após alguns dias, influenciaram o rio Guaíba na região metropolitana.

Como a inundação provocada pelo ciclone atingiu áreas nunca antes alagáveis, foram registradas 51 mortes, milhares de pessoas ficaram desabrigadas e, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) estima que os prejuízos totalizam R$ 1,3 bilhão de reais.

Dália também afetada

Diante disso, algumas unidades da Cooperativa Dália Alimentos também foram afetadas pela catástrofe, caso dos Complexos Industriais Lácteos e Avícolas localizados no Distrito de Palmas em Arroio do Meio, que ficaram sem operar alguns dias por falta de luz, mas retomaram as atividades normais no dia 11/09, sendo que a lacticínios já estava recebendo leite no dia 8. Já o frigorífico de suínos em Encantado foi o mais atingido e somente voltou a operar no dia 25 de setembro, pois foram danificados o sistema de geração de energia e de frio, os bancos capacitores e os painéis elétricos e eletrônicos, essenciais para o funcionamento da unidade.  As demais unidades, como a Queijaria e os supermercados em Encantado e Arroio do Meio não foram atingidos.

Conforme o Presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, esse ciclone extratropical afetou o frigorífico de suínos que acumulou perdas de equipamentos, embalagens, rótulos, condimentos, produtos prontos e bancos capacitores e os painéis elétricos e eletrônicos. “Infelizmente várias empresas da região do Vale do Taquari foram atingidas pela inundação e a Dália foi uma delas. Mas, apesar disso, precisamos focar no recomeço”.

Foco na recuperação

Segundo o Presidente Executivo, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, foram muitos os danos no frigorífico, mas há projeção de uma recuperação rápida para a reestruturação do abate de suínos. “Foi organizado um mutirão para limpeza e higienização do frigorífico, com o objetivo de fazê-lo retornar à normalidade, tanto para os abates quanto para a industrialização”.

Freitas revela que a empresa ainda não realizou uma avaliação completa em relação às perdas. “Nosso foco agora é resolver os problemas o mais rápido possível, para então contabilizarmos os estragos. As indústrias locais precisam retomar as atividades o quanto antes para reativar a economia regional”.

 

O gestor relata que para seguir com os trabalhos no campo, a Dália está comercializando os suínos para outros frigoríficos, que foram receptivos, o que foi fundamental para que mantivéssemos a receita no segmento. “Hoje, são 2 mil animais sendo abatidos e, para seguir com a produção nas granjas, estamos vendendo para outras empresas que fazem parte do Sindicato de Produtores de Suínos do RS (SIPS)”.

Sintonia com as autoridades

Freitas também ressalta a importância do anúncio do Governo Federal, de concessão de R$ 1 bilhão do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para ajudar os munícipios da região. “Essa foi uma boa decisão para a região. É bem provável que seja o reflexo da sensibilização do Vice-Presidente da República, Geraldo Alckimin, durante sua visita ao Vale do Taquari”.

Lembrou que a harmonia vigente nas reuniões com as autoridades estaduais e federais. “Recentemente recebemos o Secretário da Agricultura do RS, Giovani Feltes, o Vice-Governador do estado, Gabriel Souza e o Presidente do Banco Regional do Extremo Sul (BRDE), Ranolfo Vieira Júnior, e todos demonstraram sintonia para a reconstrução e retomada da economia regional”.

 

 

Legenda: frigorífico de suínos em Encantado foi o mais atingido pelo ciclone

Foto: Kástenes Casali

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

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