15/04/2021

Com rebanho híbrido, família encontra alternativa para a produção de leite em áreas em declive 

Com rebanho híbrido, família encontra alternativa para a produção de leite em áreas em declive 

 Vacas da raça Jersey e Holandês fazem parte do plantel da família Bortoncello

“Ficamos trabalhando com aviário 40 anos e quatro meses”. A exatidão nas contas é de Olides Bortoncello (58), produtor associado à Dália Alimentos desde o ano de 2005. Olides, a esposa Fátima Ana (52) e a filha Gabriela (22) cuidam da propriedade localizada a cinco quilômetros da sede do município de Coqueiro Baixo, em Linha Pedras Brancas.

O período em que trabalharam com frango de corte encerrou-se em novembro de 2014, quando optaram em parar com a atividade que passou a demandar mais investimento e mão de obra. Os 21 mil frangos alojados por lote começaram a dar espaço à pecuária leiteira, atividade que foi iniciada por Olides no ano de 2005, época em que se associou à Dália Alimentos. “A gente tinha algumas vaquinhas para a fazer queijo e para o consumo próprio. Então começamos a melhorar e a investir no leite como alternativa de sustento, e estamos até hoje”, conta o associado.

Com um rebanho híbrido, mesclado entre vacas, terneiras e novilhas das raças Jersey e Holandês, ele, a esposa e a filha trabalham juntos na atividade. Diariamente são produzidos cerca de 200 litros de leite, com um plantel dividido em 12 vacas lactantes, duas secas, quatro novilhas e uma terneira – dez animais da raça Jersey e nove da raça Holandês. A opção pela raça Jersey, segundo a família, é devido ao declive da área em que a propriedade está inserida. E, embora sejam 21,9 hectares de terra, somente sete são agricultáveis. “A raça Jersey reage melhor a este tipo de terreno, não produz o tanto que a holandesa, mas por ser mais pequena e leve consegue subir morros com mais facilidade, sendo ideais para a nossa região”, comenta.

Quase no fim da linha, a propriedade tem no leite a principal fonte de renda. Na área possível de plantio é semeado milho para a silagem fornecida aos animais. No momento a família também está investindo na drenagem da área destinada ao plantio de milho para facilitar e ampliar a produção do grão. Conforme o Olides, o objetivo é manter o número de animais e priorizar o melhoramento genético. Um dado interessante da propriedade é que, embora as instalações sejam simples, é possível atingir excelentes índices sanitários. “Hoje estamos com média de 22.000 em Contagem Bacteriana Total (CBT) e só utilizamos detergente alcalino a cada 15 dias na limpeza, nos demais dias é água quente e sabão caseiro e muita dedicação e capricho”, cita Gabriela.

A jovem chama pelo “nome” e com carinho cada animal, sendo que para cada vaca um nome foi dado. Entre eles “Baixinha”, “Formiga”, “Baiana”, “Polenta”, “Milonga”, “Brahma” e “Stella” e por aí vai sempre usando a criatividade. Segundo Gabriela, é uma forma carinhosa de apelidar os animais, que respondem ao chamado quando escutam o nome.

“A Dália sempre prioriza a pontualidade no quesito pagamento. E por ser uma cooperativa vemos como um futuro garantido e como benefícios temos sempre o auxílio do nosso técnico, temos bons preços dos insumos como ração, medicamentos. Enfim, ser associado à Dália é muito bom”.

 

 

Da capital para o interior

Aos 22 anos e diante de um cenário de pandemia e de muitas incertezas, Gabriela pretende fazer a faculdade de Pedagogia pelo método Ensino à Distância (EAD) e permanecer na propriedade, conciliando a futura carreira de professora com a de produtora rural e sucessora dos pais na propriedade.

Em setembro de 2019 ela mudou-se para Porto Alegre com o objetivo de trabalhar no restaurante dos tios como garçonete, onde também auxiliava na parte gerencial do negócio. “Eu ajudava no fechamento do caixa e no controle de estoque, foi daí que comecei a gostar do gerenciamento, que estou aplicando na propriedade aos poucos, fazendo o controle dos custos, dos medicamentos e principalmente o controle reprodutivo das vacas”. Mas diante da pandemia, no mês de março de 2020 retornou para a casa dos pais e optou por permanecer no interior cuidando do que, de fato, também é dela.

A outra filha de Olides, Cristiane (28), que mora em Nova Bréscia e trabalha no comércio, pretende voltar para a propriedade dos pais junto ao companheiro Felipe Fedrizzi (31), que trabalha como servente de pedreiro. A ideia do casal, em conjunto com a família, é construir uma granja para suínos e passar a trabalhar na suinocultura dentro de dois anos. Uma atividade auxiliará a outra, pois o dejeto produzido pelos suínos servirá como adubação para as lavouras destinadas ao milho e também a adubação das áreas piqueteadas.

 

Fotos: Carina Marques

 

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

Jornalista Carina Marques

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