09/05/2023

Dália realiza palestra sobre Criação de terneiras e novilhas e manejo nutricional de vacas

Evento foi realizado na Screc e reuniu cerca de 70 associados

No dia 27 de abril, a Sociedade Cultural Recreativa e Esportiva Cosuel (Screc) em Encantado foi palco do II Encontro de Produtores do Programa Vale dos Lácteos da Cooperativa Dália Alimentos.

Na ocasião, o Gerente da Divisão Produção Agropecuária, Fernando Oliveira de Araujo, abriu o evento abordando a importância da qualidade na produção leiteira. “Hoje em dia, a atividade leiteira exige que o produtor seja eficiente por meio de um bom manejo e instalação adequada para o conforto dos animais na propriedade, sendo que os produtores atentos a isso, são os que devem permanecer e crescer na atividade”.

O zootecnista salienta que neste período a amostragem apresentou que apenas 32% dos produtores realizam a pesagem da terneira ao nascer; 21% fornecem colostro após 6h e 11% ainda fornecem colostro direto da vaca. “O manejo e as adequações nutricionais passam por conhecermos a terneira, começando pelo peso, para sabermos a quantidade de leite que deve ser fornecido e se o seu desenvolvimento está de acordo com o esperado. Além disso, a terneira perde a capacidade de absorver imunoglobulina à medida que o tempo passa, por isso é muito importante fornecer o colostro já nas primeiras horas”.

Redução de tempo e de custo

O supervisor destacou a importância de preparar as vacas para a recria com idade menor em relação ao que vem ocorrendo em muitas propriedades do quadro social. “A partir dos dados separamos em dois grupos: Um com parição aos 23 meses, e outro, aos 28 meses. Identificamos que no primeiro grupo, o rebanho atingiu em média 31,2 litros de leite/dia produzidos; já no outro grupo, a média diária foi em torno de 23,1 litros/dia”.

Além do impacto na eficiência produtiva, o custo de uma novilha que demorou mais para parir e, consequentemente, para produzir leite, girou entre R$ 11,50 a R$ 17,50 reais por dia. “Com esse valor, em cinco meses (período equivalente à diferença do grupo menos eficiente para os mais eficientes) representa uma média de custo de R$ 2.175,00, levando em consideração a mão de obra/dia, vacinas e alimentação sem que ela esteja produzindo”.

Por fim, o zootecnista enfatiza que são necessários uma série de cuidados desde o nascimento da terneira como: proporcionar o melhor ambiente possível para o animal, atentar para a colostragem, preparar a terneira para o desmame e na formação de lotes para recriar as novilhas, fazendo com que o rebanho seja o mais homogêneo possível e não dispute por alimento.

Colostro e eficiência produtiva

Em seguida, Ilton Diniz que é médico veterinário, doutor em produção animal pela Universidade Federal de MG e especialista em gado jovem da Cargil falou sobre o ciclo de manejo na atividade leiteira.

Diniz enfatizou os cuidados que o produtor de leite precisa ter com a terneira e que, após o nascimento, a primeira tarefa importante é o fornecimento correto do colostro. “A partir desse cuidado, o produtor pode estar perdendo altos valores financeiros sem perceber. Uma novilha por exemplo, na média nacional custa entre R$ 7 a R$ 8 mil reais, e esse investimento só terá o retorno desejado na segunda lactação do animal. Portanto, um retorno financeiro desejável começa com o fornecimento adequado do colostro”.

O veterinário explica que o colostro possui imunoglobulinas, que são os anticorpos. “Animais sadios representam menor taxa de morbidade (doença) e, consequentemente, mais produção de leite no futuro”.

Em relação à nutrição no processo de transição da dieta líquida para a sólida, disse que “é necessário preparar o animal para tirar o leite. O ideal é fornecer ração e, ao invés de silagem de milho, substituir por feno de qualidade, pois o milho contém muita energia, devido ao amido e isso poderá engordar em excesso o rebanho”.

Outro fator destacado por Ilton reporta à parição da vaca que deve ter peso e idade adequados. “O animal precisa ter idade entre 20 a 24 meses e pesando próximo aos 500 kg, pois assim tem estrutura fisiológica e idade ideal”.

Ter um rebanho longevo gera lucro

Na parte da tarde, o consultor da Cargill, Airton Vanderlinde falou sobre a evolução genética do rebanho, citando a vaca holandesa, que só consegue ter plena lactação a partir da terceira cria. “Cada animal que o produtor descarta gera muito para sua propriedade e, por isso, ter animais mais longevos se faz necessário para a lucratividade”.

Já, possuir um animal gordo representa prejuízo: “Essa vaca acabou consumindo mais alimento sem estar produzindo leite. Para evitar isso, é preciso deixá-la seca por menos tempo possível depois da primeira lactação, ou seja, 60 dias seca e aproximadamente nove meses de gestação”.

 

Legenda: Essa foi a segunda edição do Encontro com Produtores do Programa Vale dos Lácteos

 

Foto: Kástenes Casali

 

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

 

Jornalista Kástenes Casali

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