14/11/2022

O ex-calçadista que decidiu ser dono do próprio negócio

Suínos | Décio Bayer de Fazenda Vilanova trabalhou em uma empresa de calçados por mais de 30 anos, mas em 2008 se associou à Dália e hoje entrega produção de suínos e leite

 

Ex-calçadista, atuou como modelo, estampou a embalagem do leite Dália, tem a foto de sua família no hall de entrada do supermercado de Arroio do Meio e ainda teve sua propriedade auditada pelos russos. Esses são alguns dos acontecimentos que a família Bayer, associada à Dália desde 2008, do município de Fazenda Vilanova, vivenciou.

 

A família é composta por Décio (62), sua esposa Andrélia (47), a primogênita Tauana (26) e Jonatan Estevan Bayer (19). “Tive uma carreira bem consolidada numa fábrica de calçados, durante 33 anos até que essa empresa decidiu parar a produção por conta da falta de competitividade no mercado”, conta Décio.

 

Com todo o dinheiro do acerto trabalhista, ele decidiu investir no próprio negócio e, há 14 anos, com R$ 125 mil reais construiu uma instalação de suínos na fase terminação, com capacidade para 600 animais. “Na época, 600 suínos era a capacidade máxima para entrega de produção”, relata o produtor, sobre como começou a trabalhar com a Dália.

 

Entregou apenas um lote

 

Após todo o processo para poder alojar o primeiro lote, desde a visita do técnico até a construção do galpão, Décio foi convidado a substituir a produção em terminação comercial para uma Granja Reprodutora de Suínos Certificada (GRSC). “Acho que fui um dos primeiros a passar a propriedade para GRSC na Dália. Fiz a transição por volta de 2009 e assim, entreguei apenas um lote no sistema convencional”, relata.

 

Novos investimentos

 

“Em dezembro do ano passado, com R$ 525 mil reais investidos, construímos outro galpão e ampliamos o nosso lote para capacidade de 1.200”. Conforme o associado, a busca por maior renda foi o que motivou a construção de uma nova estrutura, que é mais sofisticada, tendo inclusive uma camada térmica para um conforto maior aos animais. Além disso, Décio está inserindo os filhos na atividade. “Acredito ser importante eles darem sequência à propriedade e, para isso, pretendo investir hoje para colher lá na frente. A minha ideia é fazer com que eles participem cada vez mais no dia a dia e, futuramente, administrarem a produção.”

 

DNA cooperativista

 

Além da suinocultura, Décio também integrou a propriedade à produção leiteira, com 42 vacas em lactação em um sistema de semiconfinamento. “Hoje em dia, diante dos preços dos insumos e do cenário desfavorável para a pecuária, consigo conduzir as contas e equilibrar os gastos.”

 

Em se tratando de economia doméstica, para realizar o balanço geral da propriedade, o associado faz um fechamento anual. “Hoje, nós, produtores, precisamos ter foco e não nos desmotivar; ao contrário, temos que entender que tempos difíceis passam”.

 

Por que Dália?

 

Apesar de morar em Fazenda Vilanova, o associado faz questão de ir até Arroio do Meio para fazer as compras no Supermercado Dália. “Sou bem atendido e todos são prestativos. Nesses 14 anos, vejo que a Dália é uma grande família, onde sou valorizado e bem recebido.  Quando vou à sede,  em Encantado, percebo que todos assimilamos os valores e os princípios sólidos com que a cooperativa trabalha”. Esses foram os motivos que levaram Décio a se associar à Dália e, com orgulho, também relembra que já foi delegado. “Conheço bem a estrutura e os valores que norteiam a empresa.”

 

Auditoria dos Russos

 

Diante dos princípios e valores da cooperativa, o associado representou o quadro social ao receber dois russos em sua propriedade, para uma auditoria no ano de 2009. “Não entendia nada do que falavam. Só sabia que vieram fazer a inspeção para exportar carne suína.”

 

“Eles falavam muito alto e perguntavam tudo, inclusive, tivemos que fazer uma análise mais detalhada da água e enviar amostras para POA.” Naquela época, a construção ainda era nova, mas analisavam tudo para, no final, auditar e aprovar a nossa qualidade.

 

Organização do dia a dia

 

Já no dia a dia, a primeira atividade de Décio é voltada ao rebanho leiteiro. “Enquanto minha filha gerencia as finanças, o restante da família se divide, para, nas primeiras horas do dia, fazer o manejo no gado leiteiro”. Quanto aos suínos, Jonathan vistoria o lote durante a manhã e Décio na parte da tarde. “Aos poucos vou deixando os afazeres para os filhos, mas não consigo deixar de passar pelas baias.”

 

De produtor para modelo

 

Se nas atividades diárias a família adota a organização de acordo com as tarefas de cada um, teve uma data especial que foi bem diferente. “Foi um dia cheio, era o nosso momento de artista e lembro que toda a produção era detalhista, fazendo inúmeras filmagens e diversas fotografias.”

 

Foi nessa época, que a Dália mudou seu posicionamento em relação às mídias.   “A cooperativa passou a investir em marketing e somos muito gratos por participar desse momento, ficamos famosos, pois aparecemos em um vídeo institucional, na embalagem das caixinhas de leite Dália e numa foto da entrada do supermercado de Arroio do Meio.”

 

O segredo de plantar sem fertilizantes

 

O produtor reserva 22 hectares no plantio de milho e pastagem para o gado leiteiro. Contudo, devido os altos preços de adubos substituiu os fertilizantes pelo uso dejetos. “Utilizando apenas os dejetos da suinocultura consigo colher 55 toneladas por hectares, mas chego a adubar duas vezes, como no caso do milho.”

 

No entanto, o segredo é extrato de pirolenhoso, um líquido gerado através da condensação da fumaça pela queima de madeira utilizada para obtenção do carvão. “Para mim, ele potencializa o efeito dos defensivos agrícolas, elimina o carrapato, as cigarrinhas, moscas e outras pregas”. Décio lembra que a cada 100 mil litros de dejetos utiliza 60 litros de pirolenhoso, para ajustar o pH para 6,8 em 24h. “Sem o pirolenhoso, esse ajuste de pH nos dejetos para a adubação, levaria 90 dias.”

 

Técnico | Eliseu Provensi  

 

Para o técnico em agropecuária, Eliseu Provensi, essa ampliação do lote para 1.200 suínos é uma tendência, pois o produtor tem que buscar soluções mais sofisticadas. “Acredito que o produtor sempre busca por tecnificação, a fim de aumentar a produção na propriedade, uma vez que, a margem de lucro é menor e, para viabilizar sua atividade, deve ter quantidade para assim, baratear os custos de produção.”

 

Já sobre ser uma Granja Reprodutora de Suínos Certificada (GRSC), é que está inserido num ciclo mais fechado, tendo diversos cuidados e critérios a mais em relação a produção comercial. Além disso, tem um intervalo de vazio sanitário menor e uma bonificação a mais por causa de todo o cuidado específico de uma GRSC.

 

Legenda: Associado desde 2008, Décio Bayer, integra o programa da produção de suínos e de leite da Dália

 

Foto: Kástenes Casali

 

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

 

Jornalista Kástenes Casali

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