03/07/2025
Queijos Dália: saiba como nasceu este projeto que está prestes a completar três anos

Às vésperas de completar três anos de operação, a linha de queijos da Cooperativa Dália Alimentos celebra sua consolidação no mercado, com relatos do gerente, supervisores e encarregados sobre a trajetória do projeto, as premiações conquistadas e os desafios superados, incluindo as recentes tragédias climáticas.
Atualmente, em um cenário totalmente distinto daquele do início, a unidade — que contava com apenas 20 colaboradores há alguns anos, reúne uma equipe de 70 profissionais. São eles os responsáveis pela produção mensal de 160 toneladas de queijos, nas variedades muçarela, colonial, coalho, provolone e zero lactose. Além disso, a planta fabrica aproximadamente 200 toneladas de nata por mês e tem um armazenamento de 2 mil posições de leite UHT.
Bastidores
O projeto que deu origem à fabricação de queijos na unidade do bairro Aimoré, em Arroio do Meio, foi oficialmente inaugurado em 22 de julho de 2022. Segundo o Gerente da Divisão de Produtos Lácteos, Antonio Maria Salazar Leivas, a iniciativa surgiu como uma alternativa à ociosidade da planta, que havia encerrado o envase de leite UHT em 2020.
“Quando transferimos toda a linha de envase de leite UHT para o Complexo Industrial Lácteo, também em Arroio do Meio, esta unidade ficou desocupada. Na época, produzíamos, em média, 10 toneladas de nata por dia”, relembra Salazar.
Nos bastidores, a proposta foi apresentada ao Presidente Executivo, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, em setembro de 2020. “Atuei por duas décadas na linha de queijos em outras empresas, sendo dez anos no Uruguai e os outros dez em uma cooperativa no Rio Grande do Sul e, para evitar a desativação definitiva dessa unidade, desenvolvi um projeto inicial que previa a aquisição de máquinas e adaptações na estrutura”, conta o gerente, destacando que a Dália já nutria o desejo de retomar a produção de queijos em seu portfólio.
Embora a inauguração oficial, com presença de autoridades e convidados, tenha ocorrido em julho, a primeira fabricação foi realizada em maio de 2022. “O processo todo transcorreu de forma exemplar, graças à dedicação e competência das equipes da Dália. Desde a montagem dos equipamentos — coordenada pela manutenção — até o trabalho minucioso do queijeiro e dos colaboradores, todos foram essenciais para viabilizar este marco”, ressalta Salazar.
O gerente também relembra, com orgulho, que nos primeiros meses de operação, a Dália conquistou premiações em todas as categorias das quais participou no 6º Concurso Estadual de Queijos, realizado em Carlos Barbosa. O destaque foi para a muçarela, seguida pelos queijos provolone, colonial e coalho.
Lembra, ainda, que em 2023 a Cooperativa ampliou seu mix de produtos com o lançamento do queijo zero lactose. “O setor comercial captou uma demanda relevante do mercado e nós, na produção, acertamos a formulação desde o início. Isso foi fundamental para conquistarmos rapidamente a aceitação do consumidor. Nosso objetivo, futuramente, é expandir ainda mais a linha de lácteos”, projeta.
Protagonistas do processo
Entre os protagonistas deste projeto está o Supervisor Industrial, Diego Pereira Cardozo, colaborador da Dália desde 2019. “Sem dúvida, na época mesmo com experiência de 20 anos em laticínios foi um projeto desafiador, mas, graças ao trabalho e união de toda nossa qualificada equipe, conseguimos alinhar minuciosamente a formulação e garantir a qualidade e o sabor de nossos produtos”, reforça.
Superação e Resiliência
Na área de manutenção, o Encarregado Cesar Hampel, integrante da equipe desde 2020, relembra com detalhes a instalação das nove máquinas da linha de produção. “Atuo na unidade do bairro Aimoré desde 2022, quando passei a fazer parte da equipe liderada por Varlei Baixer, e participei ativamente da instalação dos equipamentos”, afirma.
Cesar também destaca a força-tarefa realizada após a histórica enchente de 2024. “Foi um dos episódios mais desafiadores que enfrentamos. Conseguimos recuperar a maior parte dos equipamentos que ficaram submersos, como motores e painéis elétricos. Tivemos que desmontar todos eles, realizar uma limpeza minuciosa, secagem completa e, surpreendentemente, grande parte voltou a funcionar normalmente. Foi um momento crítico, mas a união da equipe foi essencial para superar aquele cenário catastrófico”, relembra.
Uma jornada de transformação
O operador de máquinas Marno Kramer traz um olhar especial sobre essa trajetória. Ele, que vive sua segunda passagem pela indústria, testemunhou de perto como era o processo artesanal de produção de queijos na década de 1990. “Ingressei na Dália em 1997, quando ainda trabalhávamos com o envase de leite longa vida e em saquinhos. A produção de queijos era extremamente manual, muito mais demorada e exigente. Hoje, com a modernização e a chegada desse maquinário sofisticado, a empresa ganha não só eficiência, mas também em qualidade, reduzindo significativamente a necessidade de manuseio manual”, relata.
Do doce de leite para uma queijaria
O ex-Conselheiro de Administração, Rubino Rahmeier — protagonista na decisão pela aquisição da indústria no ano de 1966 — relembra que, na época, tratava-se de uma pequena fábrica de doce de leite, cujos acionistas eram, em sua maioria, pequenos produtores rurais.
“Com o passar do tempo, a empresa se tornou inviável financeiramente e acabou decretando falência, acumulando dívidas. Foi nesse momento delicado que a Dália Alimentos assumiu a indústria, adquirindo-a justamente pela dívida. Sem dúvida, foi um excelente negócio para a cooperativa, que obteve juros baixos e financiamento de longo prazo”, recorda Rubino.
Ele complementa que, na época, a Dália já contava com diversos associados na região, muitos iniciando a atividade leiteira, com a comercialização de leite in natura, que até então era basicamente transformado em manteiga e outros derivados. “Com essa aquisição, a cooperativa iniciou uma nova era no setor de lácteos. No começo, manteve a fabricação de doce de leite, mas logo passou a envasar leite em saquinhos. Isso representou uma verdadeira revolução para os produtores, cuja renda, até então, era praticamente anual, vinculada às safras. A partir desse momento, aqueles que entregavam leite passaram a contar com uma renda mensal, o que foi extremamente significativo e transformador na vida dos associados”, relembra.
Para Rubino, a decisão da Dália de investir no envase de leite foi crucial, especialmente porque a atividade leiteira se encaixa muito bem no modelo de pequenas propriedades — embora, atualmente, o setor também inclua grandes produtores. “Hoje, é preciso ter escala para se manter na atividade, uma vez que o setor é extremamente dinâmico e competitivo”, observa.
Logo após a aquisição, a cooperativa manteve a produção de doce de leite, porém, a busca pela industrialização do leite — por meio do envase e, futuramente, de outros derivados — consolidou-se como um caminho promissor. “A antiga indústria tinha boas intenções, era formada por empresários e até funcionários de outras empresas, mas o negócio não prosperou. Para a Dália, porém, essa compra foi a porta de entrada para o setor lácteo. Hoje, essa unidade se transformou em uma moderna queijaria, reconhecida pela fabricação de queijos de altíssima qualidade”, finaliza Rubino.
Legendas: Dália iniciou as operações da queijaria no ano de 2022 na indústria localizada no bairro Aimoré em Arroio do Meio
Foto: Kástenes Roberto Casali
Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos
Jornalista Kástenes Roberto Casali