08/05/2025

Recomeço e perseverança fazem família investir

Associados que moram em Putinga viram de perto a fúria da natureza em 2010, mas não desistiram e realizaram um grande investimento neste ano

Perseverança, dedicação e compromisso com o bem-estar animal são os pilares que sustentam o trabalho da família Civa e Bride na produção de leite ao longo dos 15 anos de associação à Cooperativa Dália Alimentos. Recentemente, a família tomou uma importante decisão: investir em um sistema de confinamento, com o objetivo de ampliar a produção.

Na localidade de Linha Lajeado Bonito, interior de Putinga, Mauro Civa e sua esposa Raquel Bride estão na atividade leiteira desde 2009, quando Mauro herdou a aptidão dos pais. “Minha família sempre trabalhou com a produção de leite, mas no início era apenas para consumo próprio e para fazer queijo de forma artesanal”, relembra Mauro.

Ele conta que, após o casamento, o casal iniciou a produção com apenas nove vacas em lactação. “Na época, ainda trabalhávamos com meus pais. Isso durou até 2012 e a Raquel, inclusive, trabalhava em uma fábrica de calçados na cidade, mas aos poucos foi se apaixonando pela pecuária leiteira”, recorda.

A associação à Cooperativa Dália Alimentos ocorreu em 2010 — justamente em um período desafiador. “Naquele ano, uma grande enchente nos arroios Fão e Forqueta devastou os municípios de Travesseiro e Marques de Souza. Mas o impacto não foi só lá. Aqui em Putinga, uma comunidade inteira ficou em risco iminente de deslizamento. Foi um cenário caótico, semelhante ao que vimos recentemente”, lembra Mauro.

Ao todo, 11 famílias precisaram deixar suas casas. “Saímos da nossa antiga moradia com o sentimento de ter perdido tudo, vendo nossa casa quase toda soterrada por uma avalanche. Ficamos diante da dúvida: mudar para a cidade ou continuar no interior. Mas a Raquel sempre teve o desejo de seguir com a produção de leite. Ela insistiu e decidimos recomeçar do zero”, conta Mauro.

Para Raquel, aquele foi um momento delicado, principalmente por causa do filho mais velho, Felipe Civa (17), que na época tinha apenas sete anos.
“Vimos de perto a fúria da natureza. Mas não podíamos imaginar o caos e o rastro de destruição que viriam com as enchentes mais recentes. Ainda assim, acreditamos que tudo tem um propósito. Assim como conseguimos superar em 2010, temos certeza de que o povo gaúcho também vai vencer os desafios da crise climática”, reflete Raquel.

Grande investimento com o Free Stall

No final de 2023, após orientação do técnico agropecuário Julio Cesar Arossi de Sordi e visitas a propriedades com sistemas de confinamento, a família decidiu instalar um galpão do tipo Free Stall. “Conhecemos esse sistema durante um seminário na FestLeite, em Anta Gorda, em maio de 2023. Ficamos encantados, comparando os dois sistemas de produção e começamos a fazer os cálculos”, comenta Raquel.  “Lembro que em uma visita junto com o Julio comentamos sobre fazer investimento na atividade leiteira ou parar com a atividade pois seguir neste sistema não suportaríamos por muito tempo”, conclui.

O investimento total foi de R$ 700 mil e a previsão é confinar o rebanho até o mês de maio. “Analisamos com o técnico e vimos que esse sistema oferece muitas vantagens, tanto para a produtividade quanto para o bem-estar dos animais”, destaca a produtora.

Futuros sucessores

O casal também avalia o futuro e prevê que tanto Felipe, quando o caçula Henrique Civa (7), irão permanecer na propriedade. “Felipe já faz tudo na propriedade, mas sempre no contraturno do colégio. Ele, desde cedo, sempre gostou de lidar com os animais, assim como o pequeno Henrique. Tem dias que ele chega antes que nós na sala de ordenha”, destaca Bride.

Técnico | Júlio César Arossi de Sordi

Segundo o técnico Júlio César de Sordi, o sistema Free Stall instalado tem capacidade para alojar até 50 animais e permite um aumento significativo na produção. “Se a família optasse por manter o gado a pasto não seria possível manejar mais de 30 animais, devido ao trabalho e à disponibilidade de alimento, como pastagens perto das instalações pois tem pouca área e ainda muito morro. Com o confinamento vamos conseguir ter aumento significativo no plantel e nos índices da propriedade, como também facilitar nosso trabalho com mais animais produzindo leite, com mais conforto e bem-estar, o que facilita muito a mão de obra, cada vez mais escassa. Atualmente, a produção é de 700 litros por dia, com 30 vacas em lactação.

“Com o novo sistema, a expectativa é que essa média aumente consideravelmente”, conclui o técnico.

 

Legenda: técnico Julio de Sordi, Mauro Civa, Raquel Bride e o primogênito Felipe Civa

Foto: Kástenes Roberto Casali

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

Jornalista Kástenes Roberto Casali

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