03/02/2023

União e consistência. Pilares de uma sucessão!

Família que ‘pega junto’ viu seu filho mais velho definir o futuro diante de um grande desafio
União, consistência, organização e dedicação. Esses são os pilares de uma longa história que iniciou em 2005 no interior do município de Anta Gorda, na Linha Segunda.
Na propriedade de 23 hectares, Adilar (60), esposa Lucira (56) e o filho mais velho Edinei Malaggi (27) dedicam-se em tempo integral à produção de leite. Já o caçula, Edenir Malaggi (23), formou-se recentemente em direito e trabalha fora da propriedade.
A atividade leiteira é bem conhecida pela família. No início eram poucas vacas e a produção era destinada à fabricação de queijo colonial. No ano de 2005 a produção de um plantel modesto de seis vacas começou a ser comercializada, quando a família produzia 78 litros de leite/dia. “Trabalhávamos com tarro para que depois o leiteiro recolhesse”, recorda Adilar.
Aos poucos, no decorrer dos anos, a produção e o rebanho leiteiro foram aumentando gradativamente e a família não pensou duas vezes e optou por entregar sua produção para a Cooperativa Dália Alimentos, em busca de constante e programado crescimento.
Exemplo de união
Uma das características marcantes da família é a união. Desde cedo, ambos os irmãos demonstravam sua vocação e cada um recebeu total apoio da família para seguir seus determinados caminhos. Enquanto um optou por interpretar a lei, o primogênito, Edinei, já apresentava indícios de que ficaria cuidando da propriedade. “Aos dez anos de idade, frequentemente, ia até os piquetes e acompanhava de perto o manejo do rebanho”, relembra Lucira.
No decorrer dos anos, Edinei foi se aperfeiçoando na lida diária da propriedade, mas o grande desafio ocorreu em 2015. “Para melhorar a produção, queríamos confinar o rebanho, mas esse investimento só aconteceu quando me comprometi de fato a trabalhar com meus pais”, destaca Edinei.
O impulso em 2015
“Só investimos no sistema de Free Stall quando Edinei se comprometeu a ajudar na propriedade. Um ano depois fizemos a sucessão”, relata Adilar. Foi um grande compromisso assumido, que só confirmou a vocação do primogênito com o manejo dos animais e a lavoura.
“Nosso cotidiano se resume em dividirmos as tarefas e são diversos detalhes que fazem a diferença. A criação das terneiras precisa ser feita da melhor forma possível, visando ao bem-estar animal por exemplo, o ambiente das camas deve estar limpo e, por isso, todos os dias colocamos serragem. No bebedouro, constantemente trocamos a água, pois facilmente fica suja ao longo do dia. Além disso, temos que dar bastante atenção à parte da lavoura para conseguirmos produzir alimento de qualidade para o rebanho”, detalha Edinei.
Já em relação à alimentação do rebanho, quem cuida é Adilar, que coloca a silagem no vagão forrageiro para distribuir no cocho. “Tratar as vacas é bem simples: é só carregar a silagem, acrescentar a ração e os demais ingredientes da dieta e passar com trator, o que leva em média, 20 minutos por trato”, expõe o produtor.
Economia eficiente
No entanto, não são apenas as tarefas que a família divide, mas o gado leiteiro também. “No próprio galpão, separamos os animais que produzem mais litros de leite/dia em detrimento das vacas que não produzem tanto e, assim, priorizamos mais alimento para aquelas com média superior e, para as demais, tratamos menos”, explica. As vacas secas que estão prenhas ficam em uma instalação à parte, com uma dieta específica para elas. Já as novilhas permanecem soltas em piquetes, sendo que elas recebem complementação de ração e silagem, conforme a necessidade.
Assim, esse manejo potencializa a produção e traz economia para a família, evitando o desperdício na alimentação do rebanho. “Quem tem que comer mais para a produção recebe mais, mas as que não produzem muito, não precisam a mesma quantidade de ração”, assegura Adilar.
A família destaca a importância de fazer parte dos programas Leite Saudável e Vale dos Lácteos, uma vez que é valoroso ter a propriedade assistida e receber orientações dos procedimentos necessários para a constante ampliação da produção.
Resultados
Conforme o médico veterinário Luciano Martins Redu, que presta assistência para a família pelo programa Vale dos Lácteos desde 2018, esse modelo de assistência técnica permite diagnosticar gargalos da propriedade e, juntamente com o produtor, discutir meios de minimizar ou resolver problemas que limitam a produtividade e, por consequência, o lucro.
“Essa propriedade é um exemplo de produtividade. No ano de 2022 a litragem de leite chegou a 32.834 por leite/ha/ano, um índice que nos mostra o bom uso da terra. Já a média de leite por vaca/dia nesse mesmo ano chegou a 30,07”, ressalta Redu.
Outro índice zootécnico importante que o veterinário destaca é a contagem de células somáticas (CCS) do rebanho, que no mês passado teve uma média de 219 mil. “É importante que o CCS fique abaixo de 300 mil, e a família esteve acima dessa média apenas em 2018, marcando em 383 mil. Desde então, passaram a apresentar números inferiores a 300 mil, o que é um bom parâmetro e demonstra que as vacas têm condições excelentes de saúde na glândula mamária. Quando comecei a visitar a família, a média animal/dia ficava em torno de 26,5 e, em 2019, saltou para 31,8 litros por animal/dia”.
A produção de leite envolve consistência de ter todos os dias os mesmos cuidados, desde o manejo, agricultura, alimentação, limpeza entre outros. Redu destaca que a estratégia de dividir em lotes, caraterizada pelos momentos de lactação da vaca, resulta em eficiência econômica, pois esse manejo possibilita uma alimentação adequada a esses lotes e permite assim, um maior acerto na dieta desses animais.

Legenda: Família é exemplo no manejo e demostra bons resultados com índices zootécnicos

Fotos: Créditos/Kástenes R. Casali

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

Jornalista Kástenes Casali

 

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