06/11/2020
De grão em grão, Dália e Paraguai firmam parceria
De grão em grão, Dália e Paraguai firmam parceria
Economia paraguaia é fortalecida com a compra de milho do Brasil. Atualmente, cooperativa importa do Paraguai 10% do total consumido pela fábrica
O Paraguai tornou-se um importante parceiro de negócios da Cooperativa Dália Alimentos na importação de grãos, principalmente milho. Esse ano, a cooperativa passou a comprar volumes maiores de milho que anos anteriores dos “hermanos”, devido ao preço atrativo e à escassez do produto no Brasil.
A parceria internacional teve início em agosto deste ano, com a chegada de aproximadamente mil toneladas de milho por semana à indústria de rações localizada em Encantado. Conforme do supervisor das unidades, Walter Rahmeier, cerca de 30% do grão adquirido pela Dália provém do Rio Grande do Sul, 60% de outros estados como Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e os 10% restantes são oriundos do Paraguai.
Semanalmente as unidades fabris recebem cerca de cinco mil toneladas de milho destinadas à elaboração de ração bovina, suína e avícola. De acordo com Rahmeier, esse será o ano em que a Dália importará o maior volume de milho do país vizinho. “As negociações estão trazendo bons resultados para a Dália, que necessita do milho para a produção de rações destinadas ao abastecimento dos rebanhos no campo, quanto para os nossos parceiros paraguaios, que necessitam de compradores para absorver o volume produzido”.
Segundo Rahmeier, o milho paraguaio apresenta boa qualidade e pode ser comparado ao grão produzido no Paraná, um dos fornecedores da Dália. “Encontramos fornecedores que prezam pela qualidade, cumprem com as condições comerciais acordadas, assumem as obrigações e oferecem segurança nos negócios, seja com parceiros no Brasil ou no Paraguai. A Dália é vista como uma compradora com dredibilidade e que está procurando manter um canal comercial direto o ano todo”.
As principais cidades paraguaias de origem dos lotes de milho adquiridos pela Dália Alimentos são Santa Rita, Naranjal, San Cristóbal, Yguazu todas no Distrito de Alto Paraná, que fomenta a economia do país e, pincipalmente, dessas cidades.
Em virtude da severa estiagem que assolou o Estado neste ano e à quebra na safra, o Rahmeier considera que o volume de milho comprado de outros estados está maior que em anos anteriores e que a maior parte dos produtores gaúchos já comercializou sua safra, ocasionando baixa oferta e disponibilidade de milho e soja. “Os grandes consumidores do Rio Grande do Sul, neste momento, estão diante de poucas alternativas: importar ou trazer de outros estados para seguir com a produção”.
Percurso: 900 quilômetros
Na quarta viagem à Dália Alimentos para entregar as 32,5 toneladas de milho, Nestor Rotela Cardozo (35) percorreu 900 quilômetros de estrada. Natural da cidade de Hernandarias, no departamento do Alto Paraná, distante 20 quilômetros da Cidade do Leste, Nestor é caminhoneiro há 14 anos. Na boleia da Scania vermelha ano 1992 ele transporta o milho para a Empresa Klein, da cidade paraguaia de Santa Rita. Ele diz que gostou da cidade de Encantado e que a Dália é um lugar onde existe calor humano e já conquistou alguns amigos dentro e fora da empresa.
Também em sua quarta viagem, o colega de empresa Ceveriano Centurion Almiron (44) transporta e mesma quantidade de milho a bordo da carreta Scania branca ano 2000. Na profissão de caminhoneiro há uma década, leva na cabine o tereré – bebida gelada típica do Paraguai – e muita saudade da família, da qual chega a ficar longe por até 15 dias. Ceveriano fala com fluência o português e diz que aprendeu à época em que residia na cidade brasileira de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul e divisa com o Paraguai.
Legenda: Nestor é caminhoneiro há 14 anos. Na boleia da Scania ano 1992
Legenda: Ceveriano na carreta Scania ano 2000 está na profissão há dez anos
Fotos: Carina Marques
Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos
Jornalista Carina Marques