08/12/2022

Ex-conselheiro e ex-delegado detalha os ganhos de uma propriedade rentável

“Estive no conselho na gestão de 2016 a 2020 e foram anos de muito aprendizado”

 

Ser delegado ou conselheiro de administração requer muitas responsabilidades, funções de José Eramildo Garcia Abich (51), de General Câmara, que se associou à Cooperativa Dália Alimentos há 20 anos e lembra com carinho e respeito sua trajetória.

 

No tópico frasal desta reportagem (primeira frase de um texto/parágrafo), mencionamos sobre a responsabilidade, característica fundamental das lideranças da cooperativa. Agora, vamos ilustrar a matéria com um acontecimento marcante na vida de José, em uma data com dois eventos importantes, sendo um de cunho familiar e outro profissional e estratégico. De um lado, a 1° Comunhão do filho mais velho e de outro, o Encontro dos Delegados. E se fosse você, qual priorizaria? Isso ocorreu com o ex-conselheiro e logo contaremos sua decisão.

 

Focado na produção

Abisch, atualmente, concentra toda sua atenção na propriedade, junto com sua esposa, Carla Silvane Lenz Abich (45) de forma integral e seus filhos, José Guilherme (20) e Gabriel Lenz Abich (13), que priorizam os estudos. “José Guilherme é bolsista e cursa agronomia na Unisc e, portanto, passa a semana em Santa Cruz do Sul retornando para casa nos finais de semana, quando contribui nas tarefas da propriedade. Já Gabriel, por ser bem mais novo, não permitimos que realize algumas atividades”, explica Carla.

 

Além deles, na propriedade também moram os já aposentados Semildo Guilherme (77) e Eraci Garcia Abich (74), pais de Eramildo. “Apesar de serem aposentados, minha mãe é quem cozinha para toda a família”, conta José Eramildo.

 

Até o nome é o mesmo e do pai

Na família, o primeiro detalhe que logo chama atenção é o nome José, que está na certidão de Eramildo e do primogênito José Guilherme. “Na verdade, o nome José Guilherme, é porque eu queria José e Eramildo pretendia homenagear seu pai. Por isso, batizamos com o nome composto”, relata Carla. O nome Gabriel, do filho mais novo, foi a mãe quem escolheu.

 

O início

“A propriedade já era dos meus pais. No entanto, aos poucos fomos adquirindo algumas terras ao redor”, afirma Eramildo. Na fazenda, o leite nem sempre foi a atividade principal. “Antes de nos associarmos à Dália, tínhamos um pequeno rebanho, destinado à nossa atividade informal de comercialização de queijo colonial, pois nessa época, nossa renda principal era o fumo”.

 

Segundo o produtor, foram a segunda família a se associar à Dália naquela região. Na primeira entrega de produção foram 35 litros, produzidos em dois dias, com apenas 9 vacas em lactação. Ao longo dos anos, a família foi se profissionalizando na atividade leiteira, ampliou e melhorou a genética do rebanho. “Investimos no gado holandês e em diversos equipamentos, como ordenha canalizada, gerador de luz, sala de ordenha, aquecedor de água. Esse foi o nosso salto na produção há 9 anos”, conta o ex-conselheiro.

 

Antes de avançarem em especificações mais técnicas, o que eles fizeram em períodos de dificuldades, voltaram ao dilema de Eramildo. Em relação à questão apontada no início da reportagem, o fato ocorreu há alguns anos e o associado realmente estava com o coração dividido, pois se tratava da 1ª Comunhão do seu primogênito e do Encontro com os Delegados da cooperativa. “Confesso que na época eu não sabia o que fazer. Até disse para minha esposa que a comunhão ficaria em segundo plano, mas ela me fez enxergar minhas responsabilidades e que antes de tudo, a prioridade é a família”, lembra o associado.

 

Destaques marcantes

Com muito orgulho e alegria Eramildo recorda que foi eleito delegado da região em 2008, cargo que exerceu durante 8 anos, pois em 2016 foi convidado a participar do Conselho de Administração. “Estive no conselho na gestão de 2016 a 2020 e foram anos de muito aprendizado. Conversei com muitas pessoas e visitei quase todas as propriedades da região do Vale do Rio Pardo, conhecendo melhor a realidade de cada produtor. Foi uma experiência enriquecedora”.

 

“Tínhamos muitos problemas”

A família reporta aos problemas que enfrentaram, os quais refletiam diretamente na qualidade da produção. “Hoje podemos agradecer aos técnicos e ao médico veterinário da Dália, pois conseguimos alinhar muitas coisas com suas orientações”, afirma Carla.

 

Para ela, é de extrema importância a propriedade integrar os programas leiteiros da cooperativa, como Leite Saudável e Vale dos Lácteos. “Todos os produtores de leite deveriam fazer parte dos programas ou pelo menos em um deles. Primeiro, pelas boas bonificações e depois pela qualificação da propriedade, que nos ajudou muito a avançar e melhorar o desempenho produtivo”, reforça.

 

Outro fator decisivo, principalmente para melhorar os índices de Contagem de Células Somáticas (CCS) e Bacteriana Total (CBT) e até dificuldades de emprenhar as vacas, foi a ajuda disponibilizada por instituições como Sebrae e Senar, serviços que já são descontados direto da nota do leite e muitas vezes o produtor não usufrui. “Às vezes, nós produtores, nos queixamos do preço pago pelo leite, mas não enxergamos os diversos limitantes de produção dentro da nossa propriedade. Não podemos depender somente do preço pago, mas buscar fazer dinheiro com aquilo que sabemos de melhor, que é o manejo do gado leiteiro”.

 

Viabilizar a produção

“Quem produz leite e tiver que comprar tudo, não vale a pena”, revela a associada. Para ela, a atividade requer muito trabalho e, para viabilizar a propriedade, o ideal é aderir à produção própria dos insumos para o rebanho. “Nós produzimos grande quantidade de feno e, inclusive, conseguimos vendê-lo para associados da Dália e produtores próximos”.

 

Outro fator destacado por Eramildo se refere aos serviços gerais, que facilitam o dia a dia. “Tem horas que atuo como veterinário, técnico, zootecnista, agrônomo, eletricista, mecânico e até soldador”, brinca José, lembrando que não é viável depender de terceiros para todas as necessidades da propriedade, tanto que construiu sozinho um carretão basculante. “Os equipamentos costumam quebrar nos feriados e finais de semana, por isso nem sempre se pode esperar até o dia útil para os reparos gerais”.

 

Produção

Atualmente, a família trabalha com 37 animais em lactação, mas o total do rebanho é de 70 animais. “Levamos cerca de 4h para ordenhar todas. São duas horas no início do dia e mais duas no final da tarde”. Para garantir a média de 23litros/vaca/dia, a família adquiriu trator e silos para milho moído e disponibilizou poço artesiano durante o ano de 2022.

 

 

Médico Veterinário | Eduardo Motta Caminha

 

 

O médico veterinário, Eduardo Motta Caminha, enaltece o bom manejo e toda a dedicação da família, que busca constantemente por inovações, a fim de melhorar os índices produtivos.

 

Na parte técnica, o veterinário também relata sobre o processo de emprenhar os animais e explica que vaca tem seu desempenho tanto produtivo como reprodutivo devido a sua dieta. “A vaca é o reflexo do que come, uma comida desequilibrada ou de má qualidade vai refletir nos índices produtivos. Além disso, vacas mal nutridas são mais suscetíveis a doenças”, finaliza.

 

Legenda: Ex-conselheiro de administração e delegado conta sua trajetória

Foto: Kástenes Casali

 

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

 

Jornalista Kástenes Casali

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