22/11/2024
III Encontro dos Produtores do Vale dos Lácteos discute controle de qualidade do leite
O evento destacou dados dos produtores participantes do programa, além de métodos para prevenir a mastite
A qualidade do leite e a saúde animal foram os temas centrais do III Encontro dos Produtores do Programa Vale dos Lácteos promovido pelo setor de Gado Leiteiro da Cooperativa Dália Alimentos. Realizado no dia 27 de setembro na Sociedade Recreativa dos Funcionários da Cosuel (Screc), em Encantado, o evento reuniu cerca de 60 associados.
Na abertura do evento, o Presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, enfatizou a relevância da saúde animal e da qualidade do leite. “A Dália é reconhecida pela qualidade de seus programas de produção. Neste ano, pela segunda vez consecutiva, o leite da cooperativa será premiado por sua excelência”, destacou Piccinini.
Mastite bovina
Na programação da manhã, a médica veterinária e gerente de pecuária da MSD, Vanessa Masson Honorio, abordou a busca pela excelência e melhoria contínua na qualidade do leite. “É essencial compreender como controlar e prevenir os dois tipos de mastite: clínica e subclínica. Esses são grandes desafios que afetam a produtividade das propriedades”, explicou Vanessa. Ela destacou que, ao contrário da mastite clínica, de fácil identificação e tratamento, a mastite subclínica apresenta poucos sinais visíveis, dificultando seu diagnóstico.
Vanessa também explicou o conceito de mastite e a importância de conter sua incidência nos rebanhos. “A mastite é uma inflamação do tecido mamário, que afeta a qualidade do leite. Ela pode ser classificada em leve, moderada ou crônica, sendo irreversível em alguns casos, dependendo da gravidade e da idade do animal, o que pode levar ao descarte da vaca e, por consequência, a prejuízos econômicos.”
A gerente de pecuária enfatizou que a prevenção da mastite envolve cuidados rigorosos no manejo antes, durante e após a ordenha. “A higienização dos tetos com produtos desinfetantes e antissépticos antes e depois da ordenha, a limpeza adequada das máquinas e equipamentos, o descarte dos primeiros jatos de leite antes de iniciar a ordenha e a manutenção de um ambiente limpo são essenciais”, reforça.
Índices elevados de CCS
Vanessa também alertou sobre a Contagem de Células Somáticas (CCS), que é um importante indicador da qualidade do leite e que pode ser diretamente influenciada pela mastite. “A mastite bovina impacta diretamente na CCS, que deve ficar abaixo de 500 mil células somáticas por mililitro de leite, conforme a legislação do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Quando esse limite é ultrapassado, é necessário aplicar os métodos de higienização que evitem a contaminação entre os animais”, afirmou.
Cabe ao produtor estabelecer rotinas de controle de qualidade, como definir metas, garantir a manutenção do ambiente e dos equipamentos, realizar o monitoramento da saúde dos rebanhos e adotar procedimentos adequados para a realização da ordenha.
Principais fatores da mastite
Na parte da tarde, o médico veterinário de Dália, Luciano Redu, apresentou dados detalhados sobre as propriedades dos produtores participantes do Programa Vale dos Lácteos e discutiu os principais fatores que impactam para a mastite. “Utilizar dados de controle leiteiro é uma ferramenta essencial para obter bons resultados econômicos”, destacou Redu.
Ele reforçou que a falta de higienização das instalações, manejo inadequado da ordenha e ambiente representam juntos 74% dos casos de mastite. Fatores genéticos são responsáveis por 20% dos casos, enquanto falhas nos equipamentos de ordenha correspondem a 6%.
Após, a Médica Veterinária da cooperativa, Tais de Souza, trouxe dados coletados de diversas propriedades no período de janeiro até agosto. “Percebemos que podemos fazer uso e explorar muito mais da ferramenta que é o controle leiteiro. Portanto, muitas informações que são disponibilizadas por esse controle são de extrema importância para auxiliar na tomada de decisão acerca de um determinado animal”.
Ela ainda complementou que é importante adotar ferramentas que auxiliam os associados a identificar a realidade de cada rebanho e, assim, garantir os melhores procedimentos diários e o aumento do desempenho produtivo.
Controle
Por fim, o Supervisor do Setor Gado Leiteiro, Yago Machado da Rosa, destacou a importância de estabelecer um controle rigoroso e o monitoramento da incidência de enfermidades e do aumento dos níveis de CCS. “Esse controle é fundamental para o sucesso de uma propriedade leiteira. Todavia, é importante ressaltar que as informações geradas devem resultar em ações concretas na propriedade. Para isso, os associados podem contar com o apoio de nossa equipe técnica, desde a correta interpretação desses dados até a execução das medidas necessárias”, ressaltou.
Yago também abordou a discussão sobre a terapia seletiva, mencionando que cerca de 3,5 mil animais registrados no Vale dos Lácteos em controle leiteiro apresentam índices exemplares. “A terapia seletiva é uma estratégia eficaz para controlar a mastite bovina. Ela consiste em tratar apenas os quartos mamários infectados, em vez de medicar todos eles de todas as vacas”, explicou aos destacar que grande parte do rebanho deste programa de produção da Dália alcança índices de CCS considerados excelentes, mantendo-se na faixa de 200 mil.
Vale do Lácteos
O programa Vale dos Lácteos da Cooperativa Dália Alimentos é um programa que oferece assistência técnica e reprodutiva a produtores de leite:
- Os produtores são selecionados com base nos melhores índices de excelência do programa Eficiência Leiteira e passam a integrar o Vale dos Lácteos;
- Os veterinários especializados visitam mensalmente as propriedades para realizar exames, registrar o rebanho e controlar o leite produzido.
- O programa também oferece assistência reprodutiva personalizada.
Legenda: Setor Gado Leiteiro reuniu associados que integram o Programa Vale dos Lácteos
Foto: Kástenes Casali
Release: Divulgação
Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos
Kástenes R. Casali