31/12/2019
Menos mão de obra, mais qualidade na silagem
Menos mão de obra, mais qualidade na silagem
Produtores como Fernando, de Bom Retiro do Sul, locam equipamentos para a colheita do milho para a silagem. Produção é de 2,3 mil litros de leite por dia
A produtividade alcançada pelo rebanho da raça Holandês do produtor associado à Dália Alimentos Fernando Fell (34) muito se deve ao alimento fornecido ao plantel. O trato dos 140 animais é feito com silagem de milho, feno e pré-secado. Contudo, o que se destaca é a silagem de milho em que o grão é colhido por uma colhedora autopropelida. Terceirizado, o serviço se torna mais vantajoso ao produtor que, consequentemente, terá melhores resultados na qualidade da silagem.
Os rolos processadores de grãos desta máquina tem se tornado uma prática comum no Brasil devido à necessidade do aumento da eficiência da utilização do amido, à janela de corte relativamente curta dos híbridos de milho, à oportunidade de colher a planta no ponto correto e à possibilidade de fechamento do silo mais rápido, a uniformidade do corte do material ensilado.
Além disso, a possibilidade de colher a silagem de milho com maior tamanho de partículas pode reduzir a necessidade de uma segunda fonte de fibra longa (fenos e pré secados), o que pode ser interessante ao ponto de vista agronômico e financeiro. A silagem de milho é uma forragem rica em energia devido ao amido contido nos grãos. A colheita com máquinas autopropelidas pode aumentar o grau de processamento dos grãos da forragem e determinar o acesso de amilases de origem microbiana e do animal ao substrato, afetando a digestibilidade do amido no rúmen e no trato digestivo total.
Fernando optou por este sistema de colheita há sete anos e garante que o custo benefício é bastante significativo. Ele, o pai e Ilário (61) e a mãe Anelise (56) trabalham juntos na propriedade localizada em Linha São João, na cidade de Bom Retiro do Sul, e entregam à cooperativa cerca de 2,3 mil litros de leite por dia.
O rebanho conta com 66 vacas lactantes de um total de 140 animais entre terneiras, novilhas e vacas secas. A família ingressou na pecuária leiteira em 1985, entretanto, passou a investir de forma mais profissional em 2003 quando construiu um free stall com sala de ordenha e capacidade para alojar até 45 animais. Mais tarde, a granja foi ampliada para outras 40 vacas e hoje a propriedade integra o Programa Leite Saudável da Cooperativa Dália Alimentos.
A propriedade possui 10,5 hectares próprios e outros 17,5 arrendados, sendo toda a área utilizada para o plantio de milho para silagem e uma parcela de tifton. Por safra, cerca de mil toneladas de silagem são produzidas, cujo todo milho é colhido com as máquinas autopropelidas.
Perfil | Paulo Roman
O técnico agrícola Paulo Roman (51) está na Dália há 31 anos. Segundo ele, a colheita com essas máquinas se torna importante, pois o produtor realiza a colheita da lavoura de forma mais rápida e ágil, podendo dedicar mais tempo à compactação e ao fechamento dos silos, garantindo mais qualidade e evitando perdas que acontecem com o atraso no fechamento. “Outra questão a ser considerada é o processamento do grão total, de forma que no instante em que a silagem será fornecida à vaca leiteira, o grão será totalmente aproveitado. A exemplo do que acontece na família Fell, os custos para a colheita terceirizada das lavouras de milho para silagem são compensados, principalmente, pela eficiência do processo”, pontua Roman.
Legenda: Alimento: rebanho consome silagem de milho de boa qualidade, resultando em maior produtividade por animal. Fernando (c) com os pais Ilário e Anelise
Foto: Carina Marques
Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos
Jornalista Carina Marques