06/08/2025
Presidentes da Dália se reúnem com o Governo Estadual

No início de julho, os Presidentes da Cooperativa Dália Alimentos se reuniram com o Governador do Rio Grande do Sul em exercício, Gabriel Souza, e o Secretário da Agricultura, Edvilson Brum, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, e teve como foco a acentuada queda no número de produtores de pecuária leiteira do estado.
Durante o encontro, o Presidente do Conselho de Administração da Dália Alimentos, Gilberto Antônio Piccinini, apresentou dados detalhados sobre a redução da produção de leite, evidenciando o impacto expressivo no número de produtores, tanto na cooperativa quanto em todo o estado. “A permanência na atividade exige que os produtores invistam para aumentar a produção e atender à escala viável e à demanda industrial para abastecer o mercado”, ressalta Piccinini.
Diante desse cenário, foi proposto ao governo estadual a criação de políticas públicas de incentivo. “Essas iniciativas foram bem acolhidas pelo governo estadual e deverão ser materializadas em projetos específicos a serem elaborados nos próximos meses”, comenta.
Piccinini também destacou que o debate sobre as causas da queda na produção leiteira no RS tem sido aprofundado, sendo que os principais fatores apontados incluem o aumento dos custos de produção, a baixa remuneração aos produtores, o clima adverso com severas estiagens e enchentes, e a concorrência com produtos importados.
Apoio ao agronegócio
O Presidente Executivo, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, explicou que a reunião foi solicitada para tratar de dois importantes assuntos. “O primeiro foi o apoio e o reforço à importância do projeto do governo gaúcho, encaminhado ao governo federal, denominado “Desafios do Agronegócio no RS”. Este programa busca recursos do Fundo Social para o alongamento do endividamento dos produtores rurais, em decorrência dos desastres climáticos ocorridos no estado, e à implementação do programa de irrigação da produção agrícola gaúcha”, explica Freitas.
Em relação ao programa encaminhado ao governo federal, o dirigente salienta a importância de incluir as cooperativas com sistemas de integração de suínos e aves, já que são elas que captam recursos para a manutenção dos programas de produção e assumem o endividamento nos casos de catástrofes.
A outra pauta abordou alternativas e soluções para os problemas detectados em pesquisa da Emater/RS-Ascar, que compõem o “Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no RS – 2023”. O relatório aponta que nos últimos dez anos mais de 50% dos pequenos produtores de leite gaúchos abandonaram a atividade, resultando em uma substancial redução na produção. “As soluções sugeridas para este problema contemplam a criação de um Programa de Estado que priorize as cooperativas com CAF Jurídica (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar), que possuam pelo menos 75% de produtores da agricultura familiar em seu quadro social”, explicou Freitas.
O principal objetivo, segundo o presidente executivo, é que o governo auxilie na cobertura de parte dos custos de assistência técnica e incentivo à produção de leite desses associados. “Essa iniciativa é importante porque tanto a assistência técnica quanto o fomento são essenciais para que os produtores permaneçam na atividade leiteira, garantindo qualificação contínua e conhecimentos técnicos. Caso as cooperativas não possam oferecer esses serviços, caberá ao governo estadual essa responsabilidade, para o quê deverá contratar técnicos especializados, concluindo-se que os serviços de assistência técnica são fundamentais para fortalecer o setor leiteiro e apoiar os produtores da agricultura familiar”, finalizou.
Redução de produtores da atividade leiteira
Os dados do Relatório da Cadeia Produtiva de Leite, divulgado pela Emater/RS-ASCAR, apontam para uma redução alarmante no número de produtores de leite em atividade no Rio Grande do Sul. Entre 2015 e 2021, a diminuição chegou a 52,28%, fazendo com que o estado passasse de 84.199 para 40.182 bovinocultores leiteiros. Consequentemente, houve uma queda de 3,15% na produção de leite durante este período.
Embora a maior parte desses resultados se refira à agricultura familiar, especialistas observam que muitos produtores buscam concentrar seu rebanho, ou seja, aumentar o número de animais por propriedade. Essa estratégia visa manter a escala na produtividade e viabilizar financeiramente a propriedade diante dos desafios do setor.
Cenário nacional
No cenário nacional, o RS manteve-se na terceira colocação no ranking de produção de leite entre os anos de 2004 e 2022, conforme dados da Embrapa. Em 2003, os dados foram divulgados por regiões, com a região Sudeste, que inclui estados como Minas Gerais e São Paulo, liderando a produção naquele ano. Mais recentemente, o Relatório da Produção da Pecuária Municipal de 2023, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023, posicionou o estado gaúcho em quarto lugar na produção nacional de leite, atrás de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
Legendas: Presidentes da Dália, Gilberto Antônio Piccinini e Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, apresentaram as dificuldades do setor leiteiro e da importância de fomentar políticas públicas de apoio aos pecuaristas do setor
Foto: Joel Vargas
Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos
Jornalista Kástenes Roberto Casali