09/05/2023
Superação, luto fé e união
Funcionária migrou da República Dominicana para o Brasil em 2014, ano que começou a trabalhar na Dália
Definitivamente, nenhuma mãe consegue ficar longe de seus filhos, ainda mais quando essa distância equivale a diferentes continentes. Isso foi o que a dominicana Yudi Nunes Santos (45) vivenciou durante alguns anos ao migrar para o Brasil em 2014.
Em busca de novas oportunidades e a convite de sua irmã, Yudi embarcou em um voo que durou cerca de oito horas até desembarcar no Equador. De lá, foi para o Chile e, finalmente, entrou no Brasil.
O primeiro destino em território brasileiro foi a capital Brasília, no Distrito Federal, onde regularizou os documentos como CPF, RG e Carteira de Trabalho. Depois, embarcou em um ônibus numa viagem exaustiva de quase três dias até chegar ao estado do RS.
Ao chegar na região do Vale do Taquari, a exemplo de sua irmã que já integrava o quadro de funcionários da Dália, deixou um currículo na Dália e logo foi contratada, ainda em 2014, no setor de limpeza e higienização, no turno da noite no frigorífico de suínos, na matriz em Encantado.
E os filhos?
Com a nova oportunidade na Dália, ela conseguiu convencer seu marido Reynaldo de Los Santos a vir para a região, o qual também passou a integrar a equipe no frigorífico da cooperativa.
Entretanto, em seu coração batia a saudade sempre que lembrava de seus três filhos: o caçula Reyni (17), Robinson Tavares Nunez (21) e o primogênito José Aquino Nuñoz Tavares (24). Mas a saudade teve um fim, pelo menos parcialmente, quando em 2017, o filho mais velho, José, conseguiu migrar para o Brasil. “Ele chegou aqui em Encantado e logo conseguiu uma vaga na Dália e começou a trabalhar no frigorífico, no setor de estocagem, no segundo turno”.
Luto, fé e perseverança
Assim, em Encantado, moravam ela, o marido Reynaldo e o filho José. “Infelizmente, nesse mesmo período, no ano de 2017, meu marido adoeceu rapidamente”. A rotina mudou por completo, sendo que na última semana de vida de Reynaldo, Yudi conciliava as visitas no Hospital Beneficente Santa Tereza (HBST), junto com o trabalho e, consequentemente, descansava pouco tempo.
Reynaldo veio a falecer antes que os outros dois filhos chegassem ao Brasil. “Foi um momento bem difícil, mas é nessas horas que precisamos exercitar a nossa fé e sermos perseverantes. Lembro-me que fiquei no quarto do hospital com ele, um dia antes dele falecer e assim, consegui me despedir”. Para seguir em frente, recebi muito apoio dos colegas e amigos. “Com um dos filhos ao meu lado, consegui juntar forças quando não tinha”.
Adaptação
Porém, lembra que conseguiu uma boa adaptação ao chegar no Vale do Taquari, por causa da hospitalidade das pessoas da região e dos colegas da cooperativa, que a acolheram muito bem. “Minha maior dificuldade foi entender o novo idioma e me comunicar, mas tive um colega uruguaio que me ajudou nesse processo”.
A funcionária relata que o Brasil é um país de muitas oportunidades e em relação às diferenças culturais, considera mais hospitaleira se comparado à República Dominicana. “Levei um tempo para pegar o ritmo da região e ser mais bem compreendida na minha fala, mas tive muita ajuda de colegas e amigos”.
Os outros dois
No ano de 2022, Yudi conseguiu trazer seus outros dois filhos e, assim, ter a família completa. “Eles passaram por uma viagem de 10 horas de voo até aqui. Além disso, alguns meses depois de terem chegado, Robinson também passou a trabalhar na Dália, no horário do segundo turno, no setor de embalagem de embutidos”.
Lazer
Yudi diz que gosta de escutar música, ficar com seus filhos e, aliás, com seu netinho de um ano e meio, filho de José, natural de Encantado e que é o xodó da família.
Por fim, apesar de todas as dificuldades, sente-se realizada com a oportunidade obtida na Dália, por meio da qual conseguiu algumas conquistas, como a aquisição de sua casa própria e ajudar nas despesas para trazer seus filhos a Encantado.
Legenda: mãe e funcionário conta os desafios de imigrar da República Dominicana para o Brasil
Foto: Kástenes Casali
Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos
Jornalista Kástenes Casali