03/02/2023

Milho grão e silagem tem quebra de safra no RS

O Vale do Taquari foi uma das regiões mais afetadas pela estiagem

Pelo terceiro ano consecutivo a estiagem afeta a safra de milho no estado do RS, sendo o Vale do Taquari uma das regiões mais atingida pela escassez hídrica. As chuvas esparsas que caíram desde novembro de 2022 resultaram na quebra de safra do ano e, ao que tudo indica, as perdas se assemelham às do ano passado.

Segundo o Presidente Executivo, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, novamente é um ano de seca no estado o que significa em frustração em relação às expectativas tanto dos produtores de milho como das agroindústrias. “Todos esperávamos uma boa oferta de milho grão, o que poderia trazer uma redução do preço do cereal que hoje está bastante alto”, explica o presidente executivo.

Esse cenário inviabiliza a produção das rações destinadas à produção de proteína animal. “Nossa atenção agora é a safra de inverno de trigo da região Sul e no segundo semestre a safrinha de milho do Paraná e do Centro Oeste”, pondera Freitas.

Quem colheu antes colheu bem

“A estiagem vai diminuir a oferta de grãos no RS. Esse cenário também afeta as agroindústrias gaúchas, que deverão, assim como a Cooperativa Dália Alimentos, buscar mais grãos em outros estados”, afirma o supervisor do setor de grãos, Roni Roese.

No entanto, houve uma safra melhor para quem plantou cedo. “Na região, produtores que plantaram nos meses de agosto e setembro estão colhendo bem, mas o milho que foi plantado a partir da segunda quinzena de setembro já está com pelo menos parte da safra perdida, podendo chegar a 40% ou 50% de quebra, pois as lavouras já estão comprometidas”, explica.

Milho silagem também comprometido

Além disso, o milho silagem, também com parte da safra comprometida, apresenta perda de qualidade. “A planta acaba perdendo qualidade por falta de água e, assim, possui menos grãos e, por consequência, menos amido”.

Até o final do mês de janeiro há tempo para o plantio da safrinha de milho , mas enquanto estiver com falta de chuva é bem provável que poucos  produtores plantem. “Após a colheita do milho ocorre a transição das culturas e, então, entram as de inverno, como trigo, aveia, centeio”.

Roese ressalta que os produtores do Vale do Rio Pardo que conseguiram colher antes obtiveram mais de 40 toneladas de milho silagem por hectare. “Essa foi uma boa safra, se plantada na primeira quinzena do mês de agosto e, apesar do clima muito chuvoso nesse período, quem conseguiu aproveitar a janela de plantio se deu bem”.

Diversificação das áreas

Conforme a Câmara Setorial do Milho da Secretaria da Agricultura há regiões que receberam chuvas e outras não e, por isso, o Norte e o Nordeste do estado tiveram plantações afetadas.

No último boletim divulgado, a entidade evidencia que até a primeira quinzena do mês de janeiro o cultivo apresenta 15% das lavouras em desenvolvimento vegetativo e 22% de enchimento de grãos. A insuficiência de chuvas também afeta a produtividade e, segundo o boletim, a localidade mais afetada é a área administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, onde já são consideradas perdas de até 100% das lavouras.

Legenda: Escassez hídrica deve afetar os custos para o do milho grão e silagem

Fotos: Créditos/Roni Roese

Assessoria de Imprensa Cooperativa Dália Alimentos

Jornalista Kástenes Casali